A jovem Alessia :Em
meados do século XVIII, a paz e a prosperidade imperavam no reino da
França. Após décadas de sangrentos embates entre camponeses e nobres, o
novo rei conseguira estabelecer a ordem, unificar o reino, pacificar os
ânimos.
A
fabricação e o comércio de vinho, de tapetes, de móveis, de louças, de
tecidos e também de armas estavam em franco desenvolvimento. Mesmo sem
guerras iminentes, os nobres do conselho ainda se preocupavam em manter
os arsenais militares do reino bem guarnecidos. Mas a principal riqueza
da economia era, sem dúvida, a agricultura. Em menor escala, os senhores
de terras ocupavam‑se do plantio de leguminosas, cereais, verduras e
outros alimentos, mas era no plantio de uvas e posterior fabricação de
vinho que amealhavam sua riqueza. Os nobres, em sua maioria, eram
possuidores de vastas vinícolas e fabricavam vinhos raros e saborosos
que comercializavam com diversos países do mundo.
A
capital do reino era também a sede do recém‑instaurado catolicismo.
Banida a maioria protestante, o rei católico tentava a todo custo impor a
dominância cristã, dando apoio irrestrito à Santa Igreja. Os poucos
conflitos que restavam no reino deviam‑se a incidentes com a minoria de
agricultores autônomos, que eram agraciados pelos senhores feudais com
pequenos lotes de terra para cultivo próprio, enquanto trabalhavam nas
vinícolas ou nas fábricas. Os camponeses ainda se revoltavam contra os
impostos. Embora o rei os revisse de tempos em tempos e tentasse
estabelecer taxas mais justas, muitos desses camponeses ainda não se
conformavam e se insurgiam. Os exércitos de sua majestade, contudo, não
permitiam que tais conflitos se avolumassem, abafando‑os ao menor sinal
de revolta.
Verlaines
era uma cidade pequena, mas muito famosa, pois ficava a apenas algumas
milhas do palácio real onde sua majestade, o rei Henri VIII, passava a
maior parte do tempo. No palácio, além da família real, viviam um
sem‑número de nobres, partidários políticos do rei e centenas de
serventes. Duas guardas reais, mais precisamente a guarda do rei e a
guarda da princesa, ocupavam‑se da segurança do castelo. Os oficiais da
guarda viviam bastante atribulados, mas sempre havia algumas horas de
lazer, ocasiões em que corriam até a praça do mercado e ficavam a
conversar.







